terça-feira, 17 de março de 2009

Vento no corpo arranca espectros em arrepios; levanta a saia cor de abóbora, brinca em sua barra como em um carrossel; embaraça as madeixas oxigenadas; ativa na pele o desejo de apenas estar, deixar-se sobre grama em desatino.
Precipita o som em goteira e o frio morno intensifica os sentidos, romperam o céu, com infindas alfinetadas para tomar banho sem chuveiro e sabão.
O sorriso é forçado pelo vapor dos primeiros pingos no concreto quente; ela fria, sem lençol.
Molhado: curvas reveladas, vai e vem de contornos, traços femininos nada infantis. Os pés descobrem entre pulos nas poças as banheiras florais.
Dezenove ou apenas quatro?
Curioso gosto de picolé de uva tem a chuva! De certo o algodão mistura-se a tinta púrpura no paladar e transporta o tempo para apenas um fio ( seria ciclo? ) : somos da idade que nos sentimos, das cores de nossos sabores - reveladores de facetas diversas de nossos medos e contos de fadas.
A menina de outrora é mulher de agora, sedutora, simpática e muito indefesa, mas com dez garras afiadas e multicoloridas ( morango e laranja em profusão e vontades ) em suas mãos.