quarta-feira, 8 de abril de 2009

Romeo:[To Juliet] If I profane with my unworthiest hand
This holy shrine, the gentle sin is this;
My lips, two blushing pilgrims, ready stand
To smooth that rough touch with a tender kiss.
Juliet: Good pilgrim, you do wrong your hand too much,
Which mannerly devotion shows in this;
For saints have hands that pilgrims’ hands do touch,
And palm to palm is holy palmers’ kiss.
Romeo: Have not saints lips, and holy palmers’ too?
Juliet: Ay, pilgrim, lips that they must use in prayer.
Romeo: O! then, dear saint, let lips do what hands do;
They pray, grant thou, lest faith turn to despair.
Juliet: Saints do not move, though grant for prayers’ sake.
Romeo: Then move not, while my prayers’ effect I take (Shakespeare 1998 pp. 833-4. In http://silviadavini.blogspot.com/search/label/O%20Beijo%20de%20Romeu%20e%20Julieta.).

terça-feira, 7 de abril de 2009

Brasília, 07 de Abril de 2009.

Kaique querido,

Hoje mamãe acordou cantando pra você como ela sempre faz todos os anos no seu aniversário e com um sorriso susurrou " meu bebê já tá um rapazão! 16 anos!". Queria muito ter te acordado com parabéns... Você faz falta sabia?
Acordei bem triste, acho que é porque vi mamãe chorar, ela escondeu, mas vi!
Lembro que quando ela ficou grávida de você dei pulos de alegria! O Kauê então...Pegava todos os brinquedos dele, encostava o ouvido na barriga e te contava com o que brincariam quando você nascesse. Como a barriga da mamãe era linda e enorme, quase não cabia eu, ela e você no boxe na hora do banho.
Ah! meu irmão! Quanta coisa queria te mostrar e te falar, queria ter palavras lindas para ninar seu sono, cantar até você adormecer...
Como você está agora me conta? Forte? Qual corte de cabelo está usando? Quais são suas companias aí? Está se cuidando direitinho? Não sei sua música preferida, seus sonhos, sua mania mais chata, não sei nada de você querido, percebo.
Sabe o que queria te dar de presente? todos os beijos, abraços, brigas, boa noite, boa tarde, puxões de orelha que não dei.
Quando me despedi de você mamãe estava entrando no hospital, bonito, grande, branco, no interior do Rio; na frente tinha uma pracinha com paquinho, eu, Kauê e a Patrícia ficamos lá brincando e imaginando como era sua cor, sua voz, seus olhinhos, seu rosto e mão...Escureceu, tivemos que voltar pra casa da bisa e lá estava seu bercinho improvisado, mas a mamãe não pôde sair do hospital disseram. Dia seguinte bem cedo papai chegou e trouxe uma manta linda pra você de Brasilia, branco com azul, acordei vovó de pressa e nem tomei café, finalmente ia te ver meu irmão!
A manhã passou e no fim dela uma coisa estranha, papai levou a gente pra tomar picolé antes do almoço, pedi um de uva e pensei que você iria adorar o saber quando pudesse experimentar, papai estava triste eu lembro, tinha lágrimas nos olhos e eu perguntei cade vocês que não saiam do hospital e ele falou " meu amores, nós todos temos que ser muito fortes e amar a mamãe muito muito muito " eu já amava a mamãe, mas tinha mais amor pra dar, mais carinho, se papai pediu é porque era importante, deixei de lado o picolé e perguntei porquê e ele falou que ia buscar água e quando voltasse falaria. Voltou com olhos vermelhos e com uma garrafa de um litro de água, já tinha acabado meu picolé, só o da Patrícia ainda não. " papai cadê meu irmãozinho?" perguntou o Kau. " o Kaique crianças, ele... ele agora está com papi do céu, virou anjinho, papai do céu veio e buscou ele pra morar no céu." . " Quando ele vai voltar papai? Queria tanto pegar ele no colo!" eu reclamei chateada. " Um dia nós todos vamos chegar no céu e abraçar ele filhinha, mas pode demorar um tempinho, só quando a gente morrer pode fazer isso." Só lembro de lágrimas salgadas na boca, da mãmae que demorou voltar pra casa, das velas acessas e como rezei todas as noites pedindo que Jesus mandasse outro irmãozinho pra eu cuidar como não pude cuidar de você, nao fique enciumado, eu era pequena demais para saber que você era único.
Mamãe te ama muito sabia? Ela nunca esquece seu dia, sempre põe rosas e velas nos pés de N. Senhora e apaga a luz da sala.
Certos domingos quando estamos almoçando sinto como se tivesse falatando álguem e sei que todos sentem isso, mesmo a Paola e Paloma que vieram depois de você sabem disso.
Desculpa, nunca visitei seu túmulo, era muito pequena quando nos despedimos, tinha apenas quatro anos. Uns três anos atrás fomos visitar a bisa perto do seu aniversário, mamãe estava triste e perguntei o que era, ela pediu para darmos uma volta, peguei o carro e fui dirigindo ( primeira vez em uma cidade tão longe da minha ), chegamos no cimitério, ela começou a tremer e chorar, mas não pudemos te levar flores irmão, estava trancado e o emocional da mamãe não estava bem.
Espero realmente um dia poder te dar o abraço que sempre quis, t pegar no colo, dizer que te amo e " fazer uma canção pra você viver mais".
Dá um beijo no papai do céu por mim.
Felicidades!

Sua irmã mais velha.
Kakau

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pergunto aos botões arfantes em meu colo a cisma do querer

( Queridos, respondam e voltem contritos ao meu comando, sim?)

Ácido na saliva, féu do desejo em colapso com a razão

( Não podem agir assim, por favor, não é justo, acalmem-se! )

um arrepio morno passeia por lombares, torácicas, cervicais para descansar nos lábios, na mordida do pecado

( Tenho, castigo, corrião, dinheiro e carinhos, colaborem, já não posso mais )

o pensamento paira no gosto doce do beijo,a vontade insensata, torpe,as madeixas claras em meu suor

( Ele não responde, não adianta queridos, para quê tanta ânsia, frivolidade? Não se abram! )

É pulsante, insano e nem por isso menos verdadeiro, intenso

( Isso, não esperem, de certo não serão correspondidos )

No real ou inatingivel - há.

( Desabotoei o primeiro por desatino e os próximos? De certo haverá refrega )

Meu ego faz calar.