domingo, 26 de outubro de 2008

Livramento



Sábado, 20 de Outubro, meia noite, uns goles à mais, algumas drogas ilícitas e um carro no laguinho de um condomínio de classe média na capital do país. O motivo?! Um caso de amor. Em seu amor cego, J.C não hesitou em tentar matar-se, mas mal sabia ele: poderia ter tirado a vida de mais seis jovens apaixonados.
Estes conversavam distraidamente três minutos antes da ação sem medida, estavam sentados em bancos à observar o romantismo da noite, por sorte, as garotas sentiram frio e mudaram o posicionamento: foram aconchegar-se perto da parede.
J.C., branco, alto, estudante de Ciências Sociais, com um black power de respeito e dezoito anos nas costas atravessou desvairado o lugar onde antes estavam pessoas alheias ao seu sofrimento. Deus livrou à todos, garanto. O rapaz teve sorte de encontrar o lago seco e pessoas que ligassem pedindo auxilio, os casais enxergaram o quanto a vida é volátil e o mais importante:
é preciso amar-se antes de amar o outro.

O aquaman não teve um ferimento sequer, apenas prejuízo financeiro, bom será se tiver aprendido sua lição. A irresponsabilidade poderia ter gerado a tristeza de sete famílias e o desperdicio de vidas insubstituíveis. No meu egoísmo eu me perguntei o porquê de ele não ter usado uma faca ou pulado de uma ponte, mas logo me dei conta: de todos os males o melhor, jogou-se em um lago seco, não matou ninguém e não conseguiu se matar ( será que ele está se sentindo frustrado?!) , torço para que ainda esteja vivo, inclusive.

Recado à J.C.: Relacionamentos vão e vêm, por favor, mantenha-se vivo para vivê-los!

3 comentários:

Beto Canales disse...

Uma vez uma pessoa depois de uma perda importante me olhou e disse: vou me matar. Na mesma hora avisei que ela não iria. A estupides do suicídio não permite compartilhamento, amigos, nada. Ele é solitário. Quem quer realmente morrer não avisa e nem se atira em um lago seco.
beijão

Beto Canales disse...

Estupidez.... estupidez...

Felipe Lima disse...

É assustador perceber que o desespero toma as pessoas de um modo tão cruel.