sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Para o seu susto e meu desalento, escrevo.
Rareio minhas visitas como sempre, falo entre dentes e me calo sem respostas. Só meu corpo entende o sentido de querer te ver outra vez. Surda, muda, insensível gostaria de ser aos prazeres de sua respiração, beijo, suor ao invés sucumbo anciosa por seu abraço morno, suas vontades latentes e ironia ( daquela boa, faz rir ). De repente sou piegas demais eu sei. Descrevo impressões incertas, sentimentos vagos de uma convivência pacata e regida por " eu quero seu sexo" , íncrivel como sou pouco vulgar, mas piegas sempre.
Como explicar a insipiência diante o fato nítido? Meu lábio inferior ferido por mordidinhas quando sozinha ao longo do dia rescunhos da memória inflamam o desejo de apenas passar - por sua cama, vista, vida?
Não é nada meu bem, não é um lamento desértico, nem confissões ácidas, são garranchos de ilusão e ócio que repetem brutalmente do meu seio ao ventre o incrédulo delírio de esbarrar em seus suspiros e carne, caústico.

- Pilar Ternera pensaria em falar isso para algum de seus amantes? Me perguntei.

2 comentários:

Nara Grilo disse...

Quem sabe em castelhano. Acho que tendo sido concubina de seus irmãos e sendo dona de um prostíbulo deve estar acostumada a agradar seus amantes com belas palavras. Será?
:)

Felipe Lima disse...

Cristo! Belíssimo.