quinta-feira, 20 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Sistematizo as impressões dos meus dias, meu tempo em falta, as angústias em greve e a sinusite mais de mês instaurada em minha face. Como uma boa neurótica, guardo com estima todas as coisinhas minúsculas ( fonte de agonia ou gozo), as palavras cortantes dos livros que não entendo - às vezes sou meio analfabeta, funcional apenas. Em caixas de diversas cores e tamanhos, recalco meus instintos, desejos de fêmea, mãe, menina ou de uma forma turva, sem contornos, escondida, julgo alma. Aonde está a chave meu Deus?! Engoli no almoço de ontem ou nas refeições descontroladas. Há uma coisa incomoda nisso tudo, algo que não me deixa prosseguir [ não é o homem que chora por um olho só da tragédia rodriguiana, não é o veneno ou o malfeitor de certas tramas] é meu eu, meu superego em marteladas constantes, em cobranças infindas.
Esqueci de esquecer as limitações, comi letras em voz alta por uma ansiedade desmedida, cantei mentiras de Adriana Calcanhoto com voz de cabeça anasalada e me perdi nesses pensamentos que não trarão nada de novo - ninguém.
Não, não sofro de tristeza, me recrimino demais, me cobro demais, não consigo analisar Muholland Dr. sem ser subjetiva. Sistematizo tudo, intitulo pela minha percepção, enlato e guardo, sou neurótica, às vezes perversa, psicótica, como qualquer outro. O que me salva no fim do semestre são os momentos únicos de SILêNCIO, calmaria, interno e externo, aqueles marcam todo o resto do dia. Começarei a sublimar meus infortúnios e alegrias, antes de esquecer de lembrar de mim.
"Silêncio. No hay banda. It's an ilusion. Silêncio."
Esqueci de esquecer as limitações, comi letras em voz alta por uma ansiedade desmedida, cantei mentiras de Adriana Calcanhoto com voz de cabeça anasalada e me perdi nesses pensamentos que não trarão nada de novo - ninguém.
Não, não sofro de tristeza, me recrimino demais, me cobro demais, não consigo analisar Muholland Dr. sem ser subjetiva. Sistematizo tudo, intitulo pela minha percepção, enlato e guardo, sou neurótica, às vezes perversa, psicótica, como qualquer outro. O que me salva no fim do semestre são os momentos únicos de SILêNCIO, calmaria, interno e externo, aqueles marcam todo o resto do dia. Começarei a sublimar meus infortúnios e alegrias, antes de esquecer de lembrar de mim.
"Silêncio. No hay banda. It's an ilusion. Silêncio."
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Quarta parede
O pior de tudo é viver a vida assim - mero espectador
Natural por favor, real e com razão!
Preso em parâmetros sociais indignos.
Comprar bilhetes para a primeira fila
Rir descaradamente da desgraça, alheia
Aceitar tudo - até a mídia
Alien ( ada / ante )
E no final voltar ao casúlo
Jamais rever certos rostos...
resumo de capacidade:
Observar a ação
Não ser parte ativa
Mas emotiva.
Caso esbarre com meu eu atriz na vida não reconheço
Certas vezes esqueço os jogos sociais- culpa das vorazes tosses pela platéia.
Natural por favor, real e com razão!
Preso em parâmetros sociais indignos.
Comprar bilhetes para a primeira fila
Rir descaradamente da desgraça, alheia
Aceitar tudo - até a mídia
Alien ( ada / ante )
E no final voltar ao casúlo
Jamais rever certos rostos...
resumo de capacidade:
Observar a ação
Não ser parte ativa
Mas emotiva.
Caso esbarre com meu eu atriz na vida não reconheço
Certas vezes esqueço os jogos sociais- culpa das vorazes tosses pela platéia.
É para passar no cabelo?!
devaneios,
estúpido e lúcido.
domingo, 26 de outubro de 2008
Livramento

Sábado, 20 de Outubro, meia noite, uns goles à mais, algumas drogas ilícitas e um carro no laguinho de um condomínio de classe média na capital do país. O motivo?! Um caso de amor. Em seu amor cego, J.C não hesitou em tentar matar-se, mas mal sabia ele: poderia ter tirado a vida de mais seis jovens apaixonados.
Estes conversavam distraidamente três minutos antes da ação sem medida, estavam sentados em bancos à observar o romantismo da noite, por sorte, as garotas sentiram frio e mudaram o posicionamento: foram aconchegar-se perto da parede.
J.C., branco, alto, estudante de Ciências Sociais, com um black power de respeito e dezoito anos nas costas atravessou desvairado o lugar onde antes estavam pessoas alheias ao seu sofrimento. Deus livrou à todos, garanto. O rapaz teve sorte de encontrar o lago seco e pessoas que ligassem pedindo auxilio, os casais enxergaram o quanto a vida é volátil e o mais importante: é preciso amar-se antes de amar o outro.
O aquaman não teve um ferimento sequer, apenas prejuízo financeiro, bom será se tiver aprendido sua lição. A irresponsabilidade poderia ter gerado a tristeza de sete famílias e o desperdicio de vidas insubstituíveis. No meu egoísmo eu me perguntei o porquê de ele não ter usado uma faca ou pulado de uma ponte, mas logo me dei conta: de todos os males o melhor, jogou-se em um lago seco, não matou ninguém e não conseguiu se matar ( será que ele está se sentindo frustrado?!) , torço para que ainda esteja vivo, inclusive.
Recado à J.C.: Relacionamentos vão e vêm, por favor, mantenha-se vivo para vivê-los!
Estes conversavam distraidamente três minutos antes da ação sem medida, estavam sentados em bancos à observar o romantismo da noite, por sorte, as garotas sentiram frio e mudaram o posicionamento: foram aconchegar-se perto da parede.
J.C., branco, alto, estudante de Ciências Sociais, com um black power de respeito e dezoito anos nas costas atravessou desvairado o lugar onde antes estavam pessoas alheias ao seu sofrimento. Deus livrou à todos, garanto. O rapaz teve sorte de encontrar o lago seco e pessoas que ligassem pedindo auxilio, os casais enxergaram o quanto a vida é volátil e o mais importante: é preciso amar-se antes de amar o outro.
O aquaman não teve um ferimento sequer, apenas prejuízo financeiro, bom será se tiver aprendido sua lição. A irresponsabilidade poderia ter gerado a tristeza de sete famílias e o desperdicio de vidas insubstituíveis. No meu egoísmo eu me perguntei o porquê de ele não ter usado uma faca ou pulado de uma ponte, mas logo me dei conta: de todos os males o melhor, jogou-se em um lago seco, não matou ninguém e não conseguiu se matar ( será que ele está se sentindo frustrado?!) , torço para que ainda esteja vivo, inclusive.
Recado à J.C.: Relacionamentos vão e vêm, por favor, mantenha-se vivo para vivê-los!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Pensei na espiral, na vida como um constante progredir e estagnar. O ser humano alheio às suas próprias limitações, alienado em suas ações corriqueiras. Não há como sair, tudo volta ao mesmo ponto, ao mesmo conflito. Preso entre teias do descaso, de suas próprias crenças, status social e econômico, em suas escassas e falsas companhias: afinal, o que importa é o umbigo. Descobri o efêmero no cotidiano, ação e reação de corpos presentes, mas intactos - não há como alcançar o outro dentro de nossas paredes frias e do nosso frágil paradoxo sem argumento. Cansei. Deveria chorar por isso?!
sábado, 18 de outubro de 2008
Sem nenhum cunho social. Apenas ego.
" As nuvens são cabelos crescendo como rios." J. C. de Melo Neto
O calor me enlouquecia , talvez fosse o corpo dele ou a secura. O fato é: encarei a água gelada, mergulhei de cabeça. Dentro da piscina descobri no marasmo o vai e vem das ondas em meus cabelos, a densidade desse ente querido e pensei o quanto eu era fútil, mas verdadeiramente feliz por parar um instante e com meu corpo todo ser aquelas mechas despreocupadas, bailando sem me importar com o que haveria de vir. Qual sereia na minha infância. Enlou cresci.
É para passar no cabelo?!
cotidiano,
unha quebrada
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Sobre burrice
Para R. S.
"Odeio ser burro" dizia entre dentes.
Vejo a burrice daquelas palavras. Me pergunto o que é a burrice afinal? Alienação? Decisões tomadas em horas erradas? Persistência inconsistente?
Os burros são animais tão inteligentes, só empacam um pouco, nunca entendi essa associação.
Olho para ele e só consigo ver um ser humano repleto de funções cognitivas, de mangas arregaçadas e com tanta garra para viver! Analiso sua postura, seu jeito doce de cativar e nada em seu físico me lembra gigantes orelhas, o tom de sua pele não é acinzentado! Pode ser o som... É ele imita sons como ninguém! Dizia que era uma criança solitária.
Imagino esse menino, sozinho, deitado imitando tudo o que ouvia, tudo o que sentia, passeando por todos os cantos do mundo com sua imaginação e sonhando alto. Só encontro talento, força de vontade e simpatia.
É um pai como outros não conseguem compreender, é um artista nato, é um amigo incrível, cadê o burro, então?!
Acabei de descobrir:
Sou burra e sem talento.
As palavras me disseram - as que ouvi.
As comparações me confirmaram - as que fiz.
Simples assim.
"Odeio ser burro" dizia entre dentes.
Vejo a burrice daquelas palavras. Me pergunto o que é a burrice afinal? Alienação? Decisões tomadas em horas erradas? Persistência inconsistente?
Os burros são animais tão inteligentes, só empacam um pouco, nunca entendi essa associação.
Olho para ele e só consigo ver um ser humano repleto de funções cognitivas, de mangas arregaçadas e com tanta garra para viver! Analiso sua postura, seu jeito doce de cativar e nada em seu físico me lembra gigantes orelhas, o tom de sua pele não é acinzentado! Pode ser o som... É ele imita sons como ninguém! Dizia que era uma criança solitária.
Imagino esse menino, sozinho, deitado imitando tudo o que ouvia, tudo o que sentia, passeando por todos os cantos do mundo com sua imaginação e sonhando alto. Só encontro talento, força de vontade e simpatia.
É um pai como outros não conseguem compreender, é um artista nato, é um amigo incrível, cadê o burro, então?!
Acabei de descobrir:
Sou burra e sem talento.
As palavras me disseram - as que ouvi.
As comparações me confirmaram - as que fiz.
Simples assim.
É para passar no cabelo?!
Coisas Pessoas e o que mais havia.
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